sábado, 12 de março de 2011

O Papa e a Copa de 2014

Há um excelente filme que relata uma história verídica na qual um pequeno vilarejo de aproximadamente 50 mil habitantes no interior do Uruguai se alvoroça com a expectativa de que a visita do Papa ao local trouxesse riqueza à região. Todos os moradores da cidade, dotada de infra-estrutura precária, se mobilizaram de forma descoordenada para ofertar bens e serviços aos visitantes. Eufóricos com a oportunidade de ganhos nunca antes vistos pelas redondezas, imaginavam um contingente enorme de ávidos consumidores desembarcando entusiasmados. As estimativas sobre o impacto do evento alimentavam sonhos e eram infladas a cada novo noticiário, criando uma espiral ascendente de otimismo. Centenas, milhares, milhões...
As notícias e comentários sobre a realização da Copa do Mundo de Futebol no Brasil e o conseqüente euforismo fizeram-me associá-lo ao filme. A falta de profissionalismo, o entusiasmo excessivo, as improvisações e as estatísticas desencontradas parecem repetir o roteiro do drama das telas, mas em proporções bem maiores na vida real.
O mau dimensionamento do verdadeiro impacto pode causar descompasso entre oferta e demanda, transformando sonhos em pesadelos. No lugar das oportunidades, o prejuízo; no lugar da esperança, uma grande decepção. O Papa rezou uma breve missa na cidade de Melo em 1988, enquanto a Copa do Mundo terá 64 jogos num período de cerca de um mês. Esta é a hora de agirmos com racionalidade, deixando a emoção para o momento dos jogos. A propósito, o filme se chama “El baño del Papa” e vale a pena assisti-lo antes de 2014. Na copa de 1950 os uruguaios nos ensinaram que não se ganha por antecipação, agora nos dão dicas de como evitar a derrota. Ainda há tempo de evitar que a vida imite a arte, seja como drama ou como comédia.
Mauro Salvo, Doutor em Economia

quarta-feira, 19 de janeiro de 2011

The Oscar doesn't go to Lula

Hollywood (academia de cinema) não acha "Lula, o filho do Brasil" o cara (ou o filme).

domingo, 2 de janeiro de 2011

Política, Idéias e Marketing

O marketing político entrou na política e transformou candidatos em produtos. Os marketeiros tentam vender seu candidato/cliente como se fosse uma lata de sopa campbell. O candidato tem que ser transformado em produto de massa e ter seus minutos de fama. Muitas vezes funciona.
Se funciona para produtos e para políticos transformados em latas de sopa, por que não experimentar para idéias? Por que os partidos abandonaram (alguns nunca tiveram uma) suas ideologias? Por que não massificar o debate de alto nível? Até quando as campanhas eleitorais serão uma grande feira livre em hora de xepa - "ELEITORA BONITA NÃO PAGA, MAS TAMBÉM NÃO LEVA"!
PS: os profissionais de marketing não são os únicos culpados, partidos, candidatos, imprensa especializada também têm sua parcela de responsabilidade.

terça-feira, 28 de dezembro de 2010

Esquerda ou Direita

Ser de esquerda ou de direita é um rótulo que incomoda muitos tucanos (não todos). Esta terminologia ultrapassada e inapropriada está em desuso na maior parte do mundo. Todavia, ainda sobrevive no Brasil - devido à mídia e ao meio acadêmico - e na França, seus criadores. Tanto cá como lá o debate é totalmente estéril. Na maioria das vezes o que está por trás destes termos é a tentativa de separação entre o bem e o mal. Os esquerdistas se julgam como sendo do bem, enquanto a direita seria do mal. E vice-versa.

Quem, nos dias de hoje, poderia elencar as características necessárias para distinguir politicamente esquerda de direita? Quem poderia definir este conjunto de características como sendo do bem ou do mal? Esta definição (teórica) seria aceita consensualmente pela sociedade? Creio que a resposta mai provável para todas estas perguntas seria "não".

Então propomos que abandonemos o uso desta classificação extemporânea e passemos a debater princípios e idéias. Como já disseram: "não existe nada mais parecido com a direita do que a esquerda quando no poder".

segunda-feira, 27 de dezembro de 2010

Reforma política

O PSDB tem como proposta uma ampla reforma política que inclui o voto distrital e o parlamentarismo, medidas que o Grupo Vozes Tucanas também defende. Todavia, acreditamos que uma pequena reforma poderia ser bastante significativa, embora dificilmente seria aprovada em plenário.
Nossa proposta paliativa constitui-se em que as votações nos legislativos fossem por bancada. Ou seja, seria computado o voto ponderado de cada partido. Desta forma, um partido que representasse 20% dos parlamentares, seu voto teria 20% de peso. Esta proposta visa dar mais clareza ao eleitor, resgatar o papel dos partidos, dificultar o fisiologismo e a corrupção. Os parlamentares discutiriam os projetos de lei com seus correligionários e levariam ao plenário a posição da bancada/partido/coligação. Assim o eleitor saberia o que pensa cada partido, ficando mais clara suas posições durante a campanha eleitoral e facilitaria ao eleitor cobrar coerência/compromissos do partido e do parlamentar assumidos durante a campanha. Eliminaria a corrupção de varejo (compra de voto parlamentar por parlamentar) e dificultaria também a corrupção por atacado.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Refundação ou Reaproximação

O grupo Vozes Tucanas acha o termo "refundação" inapropriado. Este termo sugere alterações no estatuto o que não seria o caso. O PSDB precisa de uma reforma na sua própria gestão e nenhuma alteração ideológica. Pelo contrário, nossos candidatos devem reaproximar-se mais aos princípios estatutários do partido. Então, o termo mais apropriado seria "REAPROXIMAÇÃO" ou "RETOMADA".

sábado, 13 de novembro de 2010

CPMF

Considerando as três bases clássicas de tributação – renda, consumo e patrimônio – a CPMF é uma anomalia por se tratar de bitributação.É uma bitributação sobre a renda já que após o pagamento do imposto de renda o contribuinte terá que pagar sobre qualquer movimentação da sua renda via sistema bancário.E é uma bitributação sobre o consumo porque sendo um imposto em cascata o ônus será repassado para os preços, assim, além dos impostos indiretos comuns, o contribuinte terá que arcar com mais um peso na hora de consumir.É regressivo porque quanto menor o nível de renda, maior o peso da CPMF sobre os contribuintes – ressaltando que os isentos de imposto de renda passarão a pagar imposto sobre a sua renda caso utilizem o sistema bancário.A desintermediação financeira pode se elevar caso famílias e empresas busquem alternativas ao sistema financeiro para fazerem seus pagamentos.A proposta eleva a carga tributária (tributos/PIB) concentrando mais recursos na União e não ataca o principal problema que é onde e como se gasta o dinheiro público.O curioso é governadores apoiando a iniciativa quando a legislação, a administração e o destino dos recursos são competências da União.
Liderau dos Santos Marques Jr, economista

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Dilma e o PT se vingam

O mapa do resultado das eleições presidenciais mostra que o Brasil que paga impostos não queria Dilma como presidente, enquanto o Brasil que recebe as benesses pagas com o dinheiro dos impostos quer mais. O que Dilma-Lula-PT-PSB fizeram após consolidada a vitória da petista? Eles ressuscitaram a CPMF para punir aqueles que não votaram em Dilma.

domingo, 7 de novembro de 2010

A Retomada

Este blog esteve em recesso durante o período eleitoral propositadamente, tendo em vista ser esse um momento de emoções e aqui, neste espaço, pretendemos refletir mais racionalmente (pero sin perder la ternura jamás).
Portanto, declaramos reaberta a temporada de contribuições, sugestões e todo tipo de participação democrática.

Por que o PSDB perdeu?

Na política como no futebol vale a máxima: quando se ganha, todos ganham; quando se perde, todos perdem. Não existe um culpado ou culpados.
Numa análise preliminar, os dados referentes aos resultados das eleições para a presidência da República apontam para o seguinte: Dilma venceu por ampla margem nas regiões menos desenvolvidas considerando qualquer critério (expectativa de vida, pib, pib percapita, mortalidade infantil, etc.). As regiões se referem a estados, municípios e bairros (principalmente dos grandes centros urbanos).Nestas áreas os eleitores são mais sensíveis “à figura de um salvador, um líder carismático – desde que, é claro, os botões emocionais sejam acionados corretamente.” (http://narizgelado.apostos.com/2010/11/02/derrotados-pela-arrogancia/) Isto é, na falta de informação e na ausência de interesse em buscar mais informações, os eleitores tendem a dar mais peso à palavra do líder carismático. Outro dado, a generalização da opinião de que a política é um jogo de cartas marcadas e de que todos os partidos e políticos são iguais levam ao total descrédito da política. Assim, salvo um grande acontecimento, parece haver uma inércia que beneficia os atuais governantes.
Outro dado, a cultura de não reconhecimento da oposição como parte legítima do jogo político beneficia apenas o líder carismático e, por conseguinte, o seu grupo de apoio.Por fim, a constante recusa em aceitar que as conquistas econômicas e sociais resultaram, em boa medida, da continuidade da política econômica e dos programas sociais adotados no governo Fernando Henrique Cardoso contribui para criar o "mito" Lula. Ademais, uma competente rede de comunicação ajudou a blindar o "mito" e a sua candidata.
Liderau dos Santos Marques Jr, economista

domingo, 25 de julho de 2010

Futuro da Política Brasileira - Quem Substituirá a Velharia?

Considerando que nossas atuais lideranças políticas estão numa faixa etária avançada, questiono quem ocuparia os lugares destes quando eles deixarem a vida pública? No ano de 2030, provavelmente eles já não estarão tão ativos na política, embora muitos que hoje estão com mais de 60 anos ainda estarão vivos. Levando-se em conta que a maioria dos políticos brasileiros chega ao ápice de suas carreiras com mais de 50 anos de idade, então estes novos líderes já deveriam estar na vida pública na faixa de 25 a 35 anos de idade. Meu temor é que a política no Brasil fique ainda pior do que é hoje, pois não vejo jovens com vontade, formação técnica e espírito público que o capacite a liderar um país moderno.
Os partidos políticos têm um programa de formação de jovens lideranças? Se sim, por que eles não funcionam?

Política Externa Brasileira é Reprovada. De Novo!

A política externa brasileira sob o governo petista tem sido reprovada a cada teste a que é submetida a sua capacidade de liderança. Os ideólogos petistas não sabem que um líder deve ser mediador e ter uma proposta que acomode as partes conflitantes. Em todas as oportunidades em que a diplomacia petista foi chamada a atuar, agiu como a antiga URSS, optou por uma das partes e tentou aplicar a sua posição sem dar chance ao contraditório. Em nenhum dos casos afirmou sua liderança, não se mostrou um líder moderno capaz de mediar e solucionar, nem um líder imperial capaz de se impor. Para coroar o fiasco tem manchado a imagem da diplomacia brasileira pré-Lula.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

Por Falar em Transparência

A Associação Contas Abertas divulgou hoje (14.jul.2010) ranking sobre os melhores sites de prestação de contas de governo do Brasil. Foram analisados 29 sites: do Governo Federal, dos 26 Estados e do Distrito Federal. A cada um foi atribuída uma nota, que a associação chama de “Índice de Transparência”.
Os estados governados pelo PSDB ficaram bem classificados. Destaque para São Paulo, Rio Grande do Sul e Minas Gerais. Transparência pode não dar votos na próxima eleição, mas faz bem a Democracia e desta forma todos ganhamos no longo prazo.
Parabéns aos Tucanos, é assim que se faz Social Democracia.
Maiores informações no blog do Fernando Rodrigues do UOL:

segunda-feira, 12 de julho de 2010

Democracia e Transparência

Geralmente cobramos transparência dos políticos e de dirigentes de órgãos públicos, cujo dever de ser transparente parece inquestionável. No entanto, raras vezes cobramos a transparência de empresas privadas e meios de comunicação. As empresas privadas devem manter uma relação transparente com o seu cliente e o mesmo é válido para os meios de comunicação. O que tem acontecido no Rio Grande do Sul demonstra uma falta de respeito da principal empresa de comunicação do estado me sua relação com os seus clientes/assinantes/leitores. A tal empresa tem manipulado informações de maneira a favorecer um candidato específico e ao mesmo tempo prejudicar uma certa candidata. O contraditório é que esta empresa tem feito campanha sistemática em prol da transparência, mas não age da mesma forma que prega. Distorcendo informações não permite que o eleitor possa escolher livremente e da melhor maneira possível a/o candidata(o) que deseja e isto é péssimo para a democracia. O Rio Grande do Sul merece uma cobertura melhor e mais transparente dos fatos que lhe diz respeito.

sábado, 3 de julho de 2010

Tema para Discussão: O PSDB é um Partido Popular?

O PSDB seria um partido popular porque, quando no poder, costuma atuar da forma que a maioria da população gostaria que um governo se comportasse. É um partido que respeita o dinheiro do contribuinte, defende as liberdades individuais, aceita o contraditório, compõe com outras forças políticas importantes, em suma, é um partido democrático e republicano. Outra característica é ser um partido que prioriza bons executivos na gestão do setor público, e sabe separar assuntos técnicos de assuntos políticos, tratando cada qual da forma mais adequada.
Enquanto isso, muitos de seus adversários políticos tentem a politizar todo e qualquer assunto. Quando estão no poder tentam solapar qualquer tipo de oposição e adotam políticas cujos os resultados sejam imediatamente percebidos nas urnas da eleição mais próxima. Adotam o estilo que chamamos de populista.
O desafio para o PSDB tem sido mostrar aos eleitores que populista é diferente de popular e que alguns resultados não podem ser obtidos de forma precoce, pois estes podem ser efêmeros.
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