sábado, 13 de novembro de 2010

CPMF

Considerando as três bases clássicas de tributação – renda, consumo e patrimônio – a CPMF é uma anomalia por se tratar de bitributação.É uma bitributação sobre a renda já que após o pagamento do imposto de renda o contribuinte terá que pagar sobre qualquer movimentação da sua renda via sistema bancário.E é uma bitributação sobre o consumo porque sendo um imposto em cascata o ônus será repassado para os preços, assim, além dos impostos indiretos comuns, o contribuinte terá que arcar com mais um peso na hora de consumir.É regressivo porque quanto menor o nível de renda, maior o peso da CPMF sobre os contribuintes – ressaltando que os isentos de imposto de renda passarão a pagar imposto sobre a sua renda caso utilizem o sistema bancário.A desintermediação financeira pode se elevar caso famílias e empresas busquem alternativas ao sistema financeiro para fazerem seus pagamentos.A proposta eleva a carga tributária (tributos/PIB) concentrando mais recursos na União e não ataca o principal problema que é onde e como se gasta o dinheiro público.O curioso é governadores apoiando a iniciativa quando a legislação, a administração e o destino dos recursos são competências da União.
Liderau dos Santos Marques Jr, economista

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Dilma e o PT se vingam

O mapa do resultado das eleições presidenciais mostra que o Brasil que paga impostos não queria Dilma como presidente, enquanto o Brasil que recebe as benesses pagas com o dinheiro dos impostos quer mais. O que Dilma-Lula-PT-PSB fizeram após consolidada a vitória da petista? Eles ressuscitaram a CPMF para punir aqueles que não votaram em Dilma.

domingo, 7 de novembro de 2010

A Retomada

Este blog esteve em recesso durante o período eleitoral propositadamente, tendo em vista ser esse um momento de emoções e aqui, neste espaço, pretendemos refletir mais racionalmente (pero sin perder la ternura jamás).
Portanto, declaramos reaberta a temporada de contribuições, sugestões e todo tipo de participação democrática.

Por que o PSDB perdeu?

Na política como no futebol vale a máxima: quando se ganha, todos ganham; quando se perde, todos perdem. Não existe um culpado ou culpados.
Numa análise preliminar, os dados referentes aos resultados das eleições para a presidência da República apontam para o seguinte: Dilma venceu por ampla margem nas regiões menos desenvolvidas considerando qualquer critério (expectativa de vida, pib, pib percapita, mortalidade infantil, etc.). As regiões se referem a estados, municípios e bairros (principalmente dos grandes centros urbanos).Nestas áreas os eleitores são mais sensíveis “à figura de um salvador, um líder carismático – desde que, é claro, os botões emocionais sejam acionados corretamente.” (http://narizgelado.apostos.com/2010/11/02/derrotados-pela-arrogancia/) Isto é, na falta de informação e na ausência de interesse em buscar mais informações, os eleitores tendem a dar mais peso à palavra do líder carismático. Outro dado, a generalização da opinião de que a política é um jogo de cartas marcadas e de que todos os partidos e políticos são iguais levam ao total descrédito da política. Assim, salvo um grande acontecimento, parece haver uma inércia que beneficia os atuais governantes.
Outro dado, a cultura de não reconhecimento da oposição como parte legítima do jogo político beneficia apenas o líder carismático e, por conseguinte, o seu grupo de apoio.Por fim, a constante recusa em aceitar que as conquistas econômicas e sociais resultaram, em boa medida, da continuidade da política econômica e dos programas sociais adotados no governo Fernando Henrique Cardoso contribui para criar o "mito" Lula. Ademais, uma competente rede de comunicação ajudou a blindar o "mito" e a sua candidata.
Liderau dos Santos Marques Jr, economista