domingo, 11 de abril de 2010

Chávez é brasileiro

Sem querer, o presidente venezuelano Hugo Chávez presta um relevante serviço à causa diplomática brasileira. Encabeçando o chamado “eixo do mal” na América Latina e se colocando sistematicamente contra os interesses dos países mais poderosos, Chávez oferece a oportunidade para o Brasil ser o contrapeso da política internacional na região.
Se o Brasil souber aproveitar a chance poderá obter grandes vantagens com isso e até mesmo conseguir a tão desejada cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. O presidente “bolivariano” trouxe conflito e insegurança para uma região que por décadas assistia a um marasmo do ponto de vista de política exterior, principalmente no quesito segurança.
Podemos citar alguns exemplos desta postura sinistra que transformara Chávez no “melhor ministro de relações exteriores” da história diplomática do Brasil desde o Barão de Rio Branco. Ele rompeu contratos desrespeitando o direito à propriedade privada de empresas estrangeiras instaladas na Venezuela, aliou-se às várias ditaduras mundo afora, iniciou uma corrida armamentista no antes pacato continente sul-americano e tem apoiado grupos terroristas ligados ao narcotráfico. Em resumo, o venezuelano envolveu-se com roubo, porte de armas, drogas e formação de quadrilha.
Os países desenvolvidos e democráticos, por diversos motivos, não querem envolver-se diretamente com tais problemas. Neste momento, surge a oportunidade para potências regionais ou médias com aspirações no cenário político internacional demonstrarem suas capacidades. Nestas ocasiões é que podem efetivamente afirmarem suas posições e comprovarem seu poder de resolução de conflitos internacionais.O problema é que durante os últimos anos nossa política externa foi dúbia. Não bateu de frente com as potências já estabelecidas ou com o status quo internacional, todavia manteve fortes relações com o chamado “eixo do mal” e foi frouxa na defesa do interesse nacional quando este foi atingido por ameaças ou ações efetivas. Desta forma, o Brasil tem perdido freqüentes oportunidades para fortalecer seus ideais e para consolidar-se como uma potência capaz de estabilizar sua região.
Mauro Salvo, Economista

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