sexta-feira, 30 de abril de 2010

Lula é Brasil; Brasil não é Lula

O sucesso atribuído ao presidente Lula é dele ou é do presidente do Brasil?
Somente teremos a resposta quando Lula deixar a presidência. O ex-presidente dos EUA, Bill Clinton no exercício da presidência da maior potência do mundo era quase onipresente no noticiário mundial e continua com bastante destaque mesmo após ter deixado o cargo. Já de seu sucessor G.W. Bush ninguém mais ouve uma só palavra. No Brasil, o ex-presidente Fernando Henrique Cardoso conseguiu ótima inserção internacional durante seus dois mandatos, deixou a presidência com baixo (e injusto) índice de popularidade e mesmo assim continua respeitado no exterior por sua consistência intelectual e pelo que fez pelo Brasil. A propósito, no exterior os elogios a Lula sempre são ressalvados da competência de seu antecessor e da herança bendita que deixou. O caso de Mandela apresenta uma particularidade, pois o ex-presidente é maior que a Africa do Sul, algo raro no qual a personalidade é maior que a Nação. Atualmente, assim como sempre em sua história, o Brasil é maior do que qualquer um de seus cidadãos.

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Tucanos celebram dia do trabalhador

O Secretariado Estadual de Relações Sindicais e Trabalhistas do PSDB-RS convida para:
I FÓRUM DOS TRABALHADORES DO PSDB-RS
à realizar-se em: 1º de maio de 2010 das 9:00 às 12:00 horas
Local: Plenário Ana Terra, Câmara Municipal de Vereadores de Porto Alegre,
Av. Loureiro da Silva, 255
Maiores informações consulte: www.tucanotrabalhador.blogspot.com

terça-feira, 20 de abril de 2010

Free Rider attacks again

Se o PP fez as contas bem feitas, eles deveriam cair fora da coligação com Yeda. O que parece é que o raciocínio foi o seguinte:
Hipótese – (1) Yeda não tem chances e vamos aproveitar o palanque do Serra e o tempo de TV do PSDB para aumentar nossas bancadas. Se o PSDB aceitar, pode fechar as portas do partido.
Hipótese - (2) Yeda tem chances e o PP está divulgando mais uma pesquisa furada.
O PSDB não pode aceitar a coligação nas proporcionais com o PP, pois se Yeda vencer ficará mais uma vez refém de outros partidos, e se não vencer o PSDB ficará menor, com menos deputados e ainda sem o executivo. Caso o PSDB estivesse coligado com o PP nas últimas eleições teria perdido, pelo menos, 2 deputados estaduais.
A indicação do Vice e uma vaga para o Senado está de bom tamanho. Se o PP quiser mais que lance candidato próprio. Não se faz alianças para enfraquecer o parceiro e sim para se fortalecer face aos adversários.

TV Globo Jingle 45! ("censurado")

Abaixo segue o link para quem quiser assistir a vinheta da Globo "censurada" pelo PT que em Tensão Pré Eleitoral viu nele campanha subliminar pró-Serra.

http://www.youtube.com/watch?v=HL4cSJSidJs

Como a Globo tirou-o do ar, o PSDB poderia fazer um remake para campanha do Serra, utilizando o mesmo texto, só que com gente do povo.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

Pesquisa Eleitoral - Datafolha - Presidente

O instituto Datafolha deve publicar esta semana mais uma pesquisa nacional de intenção de votos para presidente. A bizarrice da vez é misturar perguntas sobre futebol e política. Aguardaremos para ver se estabelecerão alguma relação entre política e, por exemplo, ser palmeirense ou corintiano, rico ou pobre, pouca ou muita escolaridade, nortista ou sulista.
A pesquisa também abordará as inundações de São Paulo e deslizamentos de terra no Rio de Janeiro.
PS: as ponderações dos municípios da última pesquisa da RBS não foram divulgadas.

domingo, 11 de abril de 2010

Chávez é brasileiro

Sem querer, o presidente venezuelano Hugo Chávez presta um relevante serviço à causa diplomática brasileira. Encabeçando o chamado “eixo do mal” na América Latina e se colocando sistematicamente contra os interesses dos países mais poderosos, Chávez oferece a oportunidade para o Brasil ser o contrapeso da política internacional na região.
Se o Brasil souber aproveitar a chance poderá obter grandes vantagens com isso e até mesmo conseguir a tão desejada cadeira permanente no Conselho de Segurança da ONU. O presidente “bolivariano” trouxe conflito e insegurança para uma região que por décadas assistia a um marasmo do ponto de vista de política exterior, principalmente no quesito segurança.
Podemos citar alguns exemplos desta postura sinistra que transformara Chávez no “melhor ministro de relações exteriores” da história diplomática do Brasil desde o Barão de Rio Branco. Ele rompeu contratos desrespeitando o direito à propriedade privada de empresas estrangeiras instaladas na Venezuela, aliou-se às várias ditaduras mundo afora, iniciou uma corrida armamentista no antes pacato continente sul-americano e tem apoiado grupos terroristas ligados ao narcotráfico. Em resumo, o venezuelano envolveu-se com roubo, porte de armas, drogas e formação de quadrilha.
Os países desenvolvidos e democráticos, por diversos motivos, não querem envolver-se diretamente com tais problemas. Neste momento, surge a oportunidade para potências regionais ou médias com aspirações no cenário político internacional demonstrarem suas capacidades. Nestas ocasiões é que podem efetivamente afirmarem suas posições e comprovarem seu poder de resolução de conflitos internacionais.O problema é que durante os últimos anos nossa política externa foi dúbia. Não bateu de frente com as potências já estabelecidas ou com o status quo internacional, todavia manteve fortes relações com o chamado “eixo do mal” e foi frouxa na defesa do interesse nacional quando este foi atingido por ameaças ou ações efetivas. Desta forma, o Brasil tem perdido freqüentes oportunidades para fortalecer seus ideais e para consolidar-se como uma potência capaz de estabilizar sua região.
Mauro Salvo, Economista

sábado, 10 de abril de 2010

Assim Falou José Serra

Entrevista concedida pelo tucano José Serra à Revista Época em 10/04/2010:
O Grupo Vozes Tucanas endossa as palavras de nosso pré-candidato à presidência da República.
– O Brasil hoje, na comparação com o país da sua juventude, melhorou na oferta de oportunidades? Nos últimos 25 anos, o Brasil avançou bastante. Nós tivemos a redemocratização, uma Constituição que garantiu a democracia, a pluralidade e avanços sociais significativos. Nós tivemos também um fortalecimento da agricultura, um avanço de eficiência na indústria. Temos um sistema financeiro muito sólido. Conseguimos domar a superinflação com o Plano Real. Entramos numa era de responsabilidade fiscal. Avançamos muito na área da saúde, com o SUS, e na da educação, no que se refere à inclusão. Reduzimos a pobreza. Isso tudo é fruto desses 25 anos. Mas falta muito ainda, né? [...] Que o Brasil pode mais, eu tenho certeza. O problema é como fazer.
– Qual é sua posição sobre o papel do Estado? O Estado no Brasil é um pouco obeso. Eu defendo um Estado ativo, que se contrapõe ao Estado paternalista e produtor do passado e ao Estado da inércia e da pasmaceira. Minha opção não é intermediária, mas nova. [...] Se você incha o Estado, você até o enfraquece. A obesidade é uma doença. Não é uma virtude física...
Na prática, um Estado ativo significa o quê? Eu não sou a favor do Estado produtor como ele era no passado, mas isso não significa que você vai retirar o Estado de tudo. Sou a favor do Estado eficiente naquilo que faz e ativista, insisto. É o Estado que regulamenta, em vez de intervir. [...] Agora, eu sou a favor da existência de banco nacional, como o Banco do Brasil e a Caixa Econômica...
Vai manter o tripé baseado em metas de inflação, câmbio flutuante e responsabilidade fiscal? Olha, sem ser pretensioso, eu tenho a impressão de que quem fez a denominação “tripé” fui eu. [...] Esse tripé está aí para ficar.
Não não há o que mexer? Não. Agora, a forma como você aplica cada uma das coisas não é única, sempre é determinada. Nós não estamos falando de ciências matemáticas ou físicas. E mesmo as físicas, hoje, já são relativas.
O que acha da idéia de dar autonomia para o BC? O BC brasileiro já tem bastante autonomia na prática. Quando falam que querem fazer um banco igual ao FED [banco central americano], isso, na verdade, implicaria ter de mudar totalmente o BC, porque o FED, por exemplo, não tem a função de supervisão bancária. Você teria de fazer uma legislação muito complexa. Não creio que seja necessário.
Privatização virou palavrão no Brasil. Mas há casos, como o dos aeroportos, em que ela parece ser indispensável, não? O termo correto não é privatização, é concessão. Concessão tem um contrato, regras, pode ser quebrada. É completamente diferente de privatização. Eu defendo a concessão de aeroportos. [...] Não é que a concessão é a salvação da lavoura. Mas, quando você faz uma concessão, você tem um cronograma. É a via mais rápida e mais eficiente.
– O governo Lula se aproximou de Cuba, Venezuela e do Irã. Qual é sua opinião sobre essa política externa? Defendo a política de autodeterminação. Você não deve interferir nos assuntos de outros países. Por outro lado, nós temos também uma responsabilidade com direitos humanos e com democracia. O Brasil deve fazer ativamente todas as gestões que puder fazer no sentido de serem respeitados os direitos humanos. Um princípio tem de ser claro. Onde há preso por opinião, não há uma democracia. Isso não significa que não vamos ter relação com esse ou aquele país...

domingo, 4 de abril de 2010

Estratégias Eleitorais RS

O jornal Zero Hora não trata de maneira séria a política do RS. No domingo de páscoa(04/04/10) publicou o que seria as estratégias de cada candidato, na opinião daquele noticioso. Seria hilário se não fosse patético. Este blog fará a seguir uma paródia despretensiosa porém bem mais realista.
As candidaturas de Albuquerque, Pedro Ruas e Montserrat, caso prossigam, servirão de apoio a Tarso, somente. Lara tentará negociar algo melhor no 2º depois de eleita a bancada estadual e como subproduto aparecerá em várias colunas sociais (ele adora um flash). Tarso colará em Lula e explorará com a ajuda da RBS e dos outros 3 candidatos-muletas denúncias falsas sobre Fogaça e Yeda. Fogaça tem chances reias de vencer, mas poderá perder para si mesmo se fizer jogo dúbio entre Serra e Dilma (Rigotto em 2006 caiu nesta armadilha). Yeda também tem chances de vencer se conseguir mostrar suas realizações no governo, montar uma boa base entre os prefeitos, vincular-se aos bons desempenhos de Serra e Ana Amélia Lemos e responder convincentemente aos ataques que sofrerá quando atingir 20% das intenções de votos nas pesquisas sérias.

sábado, 3 de abril de 2010

Pesquisa Eleitoral para o RS 3

Divulgada a pesquisa Datafolha de intenções de votos dos gaúchos para Presidente, Governador(a) e Senadores(as). Aguardávamos que os municipios e a ponderação a eles atribuídas fossem divulgados, conforme registro no TSE, mas o grupo RBS contratante da pesquisa ainda não o fez.
Continuaremos no aguardo.

Pesquisas Eleitorais - Importância

Por que se preocupar com as pesquisas pré-eleitorais?
Porque tanto candidatos como eleitores mudam seus comportamentos de acordo com os resultados das pesquisas.
Por exemplo, nas eleições para governador de 2002, quando fora divulgada pesquisa apontando que Rigotto venceria Tarso num eventual segundo turno entre eles, o candidato do PMDB/PSDB conseguiu transferir votos do então segundo colocado nas pesquisas (Britto – que à época tinha alta rejeição) e tornou-se governador com uma parcela significativa de votos dos eleitores anti-PT.
Não estamos insinuando que aquela pesquisa tenha sido manipulada, mas sim que a sua divulgação alterou, efetivamente, o comportamento de candidatos e eleitores. Daí vem os incentivos para as manipulações metodológicas ou nos números publicados.

Pesquisas Eleitorais - Metodologia

Na mesma linha deste blog, a coluna “painel” da Folha de São Paulo editado pela jornalista Renata Lo Prete, também estranha as metodologias utilizadas pelos institutos de pesquisa. Leia abaixo nota publicada em 03/04/2010:
“Chama a atenção, no questionário de pesquisa Vox Populi sobre a sucessão presidencial com campo em 30 e 31 de março, a inclusão de pergunta relativa aos cargos que os candidatos já ocuparam, quebrando o fluxo das respostas espontânea e estimulada sobre intenção de voto. Esse tipo de procedimento é conhecido por distorcer resultados. Para completar, as opções diante do nome de José Serra (PSDB) estão incompletas. Há apenas "governador" e "governador de São Paulo".”

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Expectativas Roubadas

“o dia não veio,/o bonde não veio,/o riso não veio,/não veio a utopia/e tudo acabou/e tudo fugiu/e tudo mofou,/e agora, José?” (Carlos Drummond de Andrade)


É difícil, senão impossível, alinhavar os adjetivos suntuosos que a marca Brasil recebeu nos últimos anos, somos agora o país que superou a crise antes dos outros, o país do bolsa família, o país da democracia vibrante, o pais do sindicalista, pobre e retirante, que surpreendeu a todos com sua política monetária convencional, com a corrupção convencional e com alianças, também elas, convencionais, fisiológicas e escusas, eis o país que abandonou o futuro em nome do presente.
Em nome do presente, rasgamos a responsabilidade fiscal, desrespeitamos os órgãos de controle da união, ascendemos velas para a esquerda autoritária, para bombas no Irã e, no deserto bíblico, pregamos a paz ideológica, ameaçamos comprar caças por bilhões de dólares sem consultar técnicos ou conveniências éticas que atentam para a transparência, levamos adiante o projeto antiglobalizante de taxar os investimentos externos, mantivemos sedados os articulistas, ameaçamos a imprensa com o “belo” golpe do controle social e, calamos as universidades, somos agora, pasmem, uma potencia que já se diz de outro mundo, afinal, o que poderemos mais?
Nada disso soa estranho aos ouvidos de quem vê, basta sondar as expectativas e veremos que o nosso povo, o mesmo que mantém elevada a popularidade do presidente e aplaude seus discursos, espera receber todas as benesses que não vieram, mas virão. Nesse ponto José, tuas palavras serão duras porque como bem diz o bardo:

Com a chave na mão/ quer abrir a porta,/não existe porta;/quer morrer no mar,/mas o mar secou;/quer ir para Minas,/Minas não há mais./José, e agora?

Eis ai o nosso desatino, a pior herança é a de expectativas que não se realizam, somos o passado do presente, a negação do futuro, porque o máximo que fizemos, com a consternação e omissão de muitos, foi amplificar nossos compromissos com um Estado que só cresceu, alavancamos os bancos públicos para além da conta, e aos pobres de todas querências acenamos com assistencialismos e palavras tortas de um falso profeta que nunca articula a palavra a favor do bom senso. Aumentamos os gastos correntes e com a folha de pagamentos, inchamos a máquina pública, criamos fundos mútuos, verdadeiras cooperativas, para os camaradas, entregamos estatais para a militância, e, findo o ciclo, o que o país parece esperar é a ode à alegria dos campeões, quando o que nos espera é a realidade crua das nossas ineficiências, nossas exclusões, nossa baixa produtividade.
Receberemos nossos filhos (não) educados em escolas lúgubres e mal cuidados, estradas congestionadas e sem sinalização e infra-estrutura adequadas, aeroportos atuando em ponto cegos, e, como nos anos noventa, ainda somos vulneráveis a apagões, nossas fontes de energia não são reais, são feitas de buracos abissais como os negócios de nosso estado, os pais de família e suas crianças não acreditam no esforço árduo e no trabalho digno como possibilidade de mobilidade social real, o que nos prende numa armadilha de desigualdades, e nossos empregos ainda carregam o vicio de ganhos reais nos salários mínimos, enquanto a massa salarial se deteriora, nossa classe c se deslumbra com o consumo sem empregos e/ou oportunidades de gerar a sua própria renda, somos a terra infértil com um passivo em aberto para as próximas gerações, só nos resta torcer por José, mas como no poema, sabemos que não será fácil: “você marcha, José! José, para onde?”
Sabino da Silva Porto Júnior, economista